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841 anos do Foral Afonsino dão mote para iniciativa “Scriptorium Medieval – a evolução da escrita” na FICOR

Em comemoração dos 841 anos do Foral Afonsino de Coruche, a Câmara e o Museu Municipal de Coruche promovem a 26 de maio, das 10 às 19 horas, no âmbito da programação da FICOR, a iniciativa “Scriptorium Medieval – a evolução da escrita”, que terá lugar no Centro de Exposições de Coruche.
Trata-se de uma exposição temporária temática que inclui apresentações pedagógicas e uma oficina de escrita medieval. A mostra, que representa um scriptorium do século XII, expõe objetos relativos à escrita no período medieval, com recriação de História ao vivo, sendo uma parte dedicada ao foral de Coruche.
Já as apresentações pedagógicas versam sobre a evolução do sistema latino de escrita, desde a sua génese até à Idade Média. Serão abordados diferentes suportes e instrumentos de escrita, as tintas e as formas de as produzir, e os diferentes tipos de escrita. É ainda dado destaque ao Foral Afonsino de Coruche. As apresentações têm a duração de 20 a 30 minutos e acontecem nos períodos da manhã, das 10 às 13 horas para a comunidade educativa, e da tarde, das 14h30 às 18 horas para o público em geral. As apresentações pedagógicas estão limitadas a cerca de 20 pessoas por sessão, mediante inscrições prévias até 25 de maio.
Por fim, são ainda realizados workshops de escrita gótica primitiva com pena. A duração é de cerca de uma hora e as atividades realizam-se entre as 15 horas e as 18h30, estando limitadas a 12 pessoas por sessão (dos 8 aos 80 anos), também mediante inscrições prévias até 25 de maio.
Recorde-se que o Foral Afonsino de Coruche foi pelo rei D. Afonso Henriques a 26 de maio de 1182. A carta de foral, que no correr dos séculos seguintes foi o documento escrito mais importante da Vila, é ainda hoje um dos mais emblemáticos, tendo visado a reconstrução de Coruche a partir do modelo do foral de Évora, mais adequado a um território de fronteira, dado que assegurava a sobrevivência e reprodução de um grupo social vocacionado para a defesa. Note-se que, já antes de 1182, Coruche tinha uma posição-chave entre as cidades de Évora e de Santarém.
A carta de foral estabeleceu as principais leis e normas de relacionamento entre os seus habitantes, e entre estes e o rei. Sabemos, no entanto, que o testemunho mais antigo do foral afonsino de Coruche, sobrevivente até hoje, é a confirmação de 1189, de D. Sancho I, tendo sido provavelmente este o exemplar que durante mais tempo pertenceu à Vila e aos seus habitantes, até ser incluído no Livro de Registos de D. Afonso II (1218).

 Inscrições: https://me-qr.com/DaqW336U